quarta-feira, 7 de março de 2012

Sexo Mentiras e Feminismo - Introdução



No dia 13 de Outubro de 2001, num programa noticioso da televisão portuguesa (Manuela Moura Guedes, Jornal Nacional, TVI) sobre um marido que assassinou a sua esposa, falava em “um assassinato que começou por uma discussão por um prato de arroz!”. A nossa sociedade ocidental está tão embebida neste espírito feminista, ou feminazista, que das pessoas que estavam comigo, ninguém notou a tendenciosidade desta notícia, ficando todos muito indignados por um assassinato “por um prato de arroz”. Na minha opinião um assassinato é sempre um crime condenável, mas não importará ao julgar este marido, saber até que ponto teria chegado a provocação ou agressividade da mulher na discussão que, segundo Manuela Moura Guedes, “começou com um prato de arroz”? e se tivesse sido a mulher que assassinasse o marido devido a uma discussão iniciada por um prato de arroz? Certamente a maioria dos espectadores teria pensado que esta agiu em legítima defesa ou devido à pressão de provocações.




Também num programa noticioso da televisão portuguesa, foi referido que um homem agrediu mortalmente à facada a sua ex-esposa de quem tinha um filho. Nunca os jornalistas se preocuparam em esclarecer que razões teriam levado o homem, tido pelos seus conhecidos por pessoa calma e de bem, a cometer tal acto tresloucado. Da minha experiência de vida e estudos efectuados, este homem teria sido sujeito a fortes humilhações ou provocações, para cometer este crime. Não seria dever dos jornalistas esclarecer este facto? Não constituiria esta averiguação uma forma de responsabilizar o lado feminino, evitando deste modo no futuro, este tipo de crimes horrendos?



Em Lisboa, dois jovens enfermeiros casam após a conclusão dos respectivos cursos. O pai do jovem, trabalhador de classe média, num arrojo de amor paternal pelo seu filho disponibilizou as poupanças do sacrifício da sua vida, e ofereceu ao seu filho um apartamento em Telheiras (zona cara da cidade de Lisboa). Pouco depois do casal ter dois filhos, a esposa inicia uma relação adúltera e um dia, quando o marido saiu de casa para o serviço, trocou a fechadura da casa! Ao marido, sem família, sem os seus filhos e sem os seus haveres restou alojar-se num quarto de pensão. No divórcio o tribunal decretou, à revelia deste homem, que a senhora ficaria com a tutela dos filhos e, por consequência, com a casa para os criar. A este homem, cujo pai lhe tinha oferecido uma casa numa zona central e luxuosa de Lisboa, após a humilhação, espoliação e perda de contacto com os filhos, restou ir viver solitariamente para um bairro da periferia da cidade ficando com os encargos da casa, da mobília e pensão de alimentos que o tribunal decretou para os seus filhos!



Outro exemplo, este de um extracto mais baixo da sociedade. Um homem vivia nos arredores de Sacavém e trabalhava numa empresa metalúrgica em Alverca (ambas localidades da periferia de Lisboa). Vivia só numa casa modesta e acolhedora, que era de sua propriedade. Conhece uma senhora solteira e com um filho e inicia uma vida com ambos em união de facto. Quando um dia, após uma confraternização de amigos, este homem chega a casa embriagado, a senhora aproveitando-se do seu estado de embriaguez extraiu-lhe a chave de casa e lança-o na rua. Literalmente na rua! Este homem, sem outra possibilidade, passou a abrigar-se sob um viaduto do auto-estrada do Norte. O tribunal decidiu que, tendo a senhora um filho menor, ficaria ela a desfrutar da casa. Ao homem restou o abrigo sob o viaduto, a consequente perda de condições físicas e de higiene para poder permanecer no seu emprego, o despedimento e a morte pelo frio no Inverno seguinte sob o mesmo viaduto.



No jornal Público de 14 de Julho de 2001, secção Local Lisboa, aparece numa notícia com título Pena Suspensa para Infanticida em Setúbal, em que uma mulher “... soltou do útero o filho de nove meses, rompeu o cordão umbilical e, poucos minutos depois, asfixiou-o.” Pensará, talvez, o leitor que esta mulher foi condenada a alguns anos de prisão, “... mas o tribunal decidiu pronunciá-la por infanticídio conforme a doutrina jurídica aplicada nestes casos, com uma moldura penal mais leve de um a cinco anos de prisão, porque o acto foi praticado sob o efeito perturbador do parto ...” e “por fim o tribunal decidiu suspender a pena”. Deixo a pergunta se tivesse sido o pai a cometer o infanticídio, qual teria sido a condenação e as atenuantes possíveis?



Pergunto ao leitor comum, (o leitor formado em direito, em jornalismo ou pertencente a qualquer força política, terá com certeza uma opinião diferente), onde está a tão apregoada igualdade entre os sexos?



Quanto ao feminismo em Portugal ... imparável. Fazem encontros, distribuem livros e panfletos e fazem pressão sobre políticos e comunicação social. Uma das principais é a Associação Portuguesa de Estudos sobre Mulheres (APEM). Durante dois anos incluiram-me (sem que eu tenha feito algo para isso) na sua lista de correio electrónico e divulgaram-me a sua propaganda. No dia 02 de Dezembro de 2001 pediram um abaixo assinado para condenar uns jovens por suposta violação, eu insurgi-me contra por se pedir a pessoas que não conheciam o processo que tomassem posição, tendo ainda em conta que estudos internacionais revelam que grande parte das acusações de violação nos tribunais são falsas. No dia 17 de Fevereiro de 2002 divulgaram um pedido de participação numa manifestação próaborcionista, que repudiei fundamentadamente. Fiz alguns pedidos, para que me fossem fornecidas referências de estudos que provassem o que é sua bandeira, isto é, que as mulheres são mais oprimidas e mais vítimas de violência e de discriminação que os homens. Como as minhas palavras se tornaram incómodas, não só não me forneceram os elementos pedidos (obviamente não os possuem) como em 22 de Janeiro de 2002 a presidente da APEM me comunicava “Como deixou de pagar as quotas, vou excluí-lo da nossa mailing-list”. Como se eu alguma vez tivesse pago alguma quota ou tivesse pedido para fazer parte da mailing-list! Tal como noutros países também em Portugal estas instituições contribuem para a crescente desagregação familiar e desentendimento entre os sexos às custas do dinheiro dos contribuintes.



O autor desta obra, meu colega da Associação para a Igualdade de Direitos dos Homens (Men’s Equal Rights Association, MERA), com quem tenho trocado conhecimentos de forma intensiva nestes anos recentes, refere-se preferencialmente a casos da Nova Zelândia, país onde vive, e ao mundo ocidental em geral. Pode o leitor reparar que o nosso país está perfeitamente integrado nesta sociedade feminazista.



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Este livro é o resultado de aproximadamente treze anos de leitura, reflexão e acção política. Quando me decidi tornar-me um activista dos direitos dos homens, não sabia que haviam ou tinham havido outros no mundo. Mesmo após ter descoberto alguns noutros países não sabia que haviam outros no próprio país, a Nova Zelândia. Foi essencialmente um esforço solitário.



Estava convicto de que a lógica estava do nosso lado. A única coisa que mantém os direitos dos homens reprimidos é a ideologia, politicamente sustentada nos países ocidentais, de que a mulher é oprimida e que o homem domina o mundo. Por consequência, ao homem não é socialmente permitido falar sobre os seus direitos. Este totalitarismo provocou o aparecimento do termo “FEMINAZI”.



Nos últimos anos, homens e pais de todo mundo têm vindo a ligar-se em associações locais ou através da Internet a nível internacional. Pelo apoio passado e presente quero deixar aqui expressa a minha gratidão para com a New Zealand Men for Equal Rights Association, e aos meus colegas de outros países em particular, Richard Doyle, Brian O’Higgins, Kingsley Morse e Dave Usher.



Qualquer interessado em informação adicional sobre as questões levantadas neste livro poderá consultar os seguintes endereços electrónicos:



http://www.geocities.com/nzequality/

http://www.geocities.com/peterzohrab/

http://zohrab.freeyellow.com/index.html

http://members.tripod.com/peterzohrab/

http://nzmera.orcon.net.nz/






Gostaria de agradecer a Glenn Cheriton pela sugestão sobre o formato deste livro, e a Rod Van Mechelen pelo longo trabalho editorial com o manuscrito. Beneficiei ainda dos comentários e contribuições de Ken Pangborn, Ron Dunkerley, Hugh Nations, Dr. Eduard Bakalar e Lee Math.

Devo um grande favor à minha avó paterna, Miriam Mabin, por me ter transmitido o gene Mabin da obstinação, sine qua non esta tarefa não teria tido êxito.



Ainda, finalmente, gostaria de expressar a minha gratidão a Roger (“Flower”) Fowler e Robert Crowell, apesar de provavelmente não a entenderem, mesmo que a descubram!



“É o bebé que mais chora, o que mais mama”. (Provérbio chinês referido em China Today, Vol. XLV No.1, January 1996, p. 15)



Se os homens deste país não se incomodarem a erguer-se e lutar pelos seus direitos, então, franca e lamentavelmente não merecem ter nenhuns. (Thomas: Not Guilty: In Defence of the Modern Man, London:Weidenfeld and Nicholson, p. 87)



Este é um ciclo vicioso ao qual não é possível atribuir um princípio nem um fim, no qual a sobrevaloração da posição das mulheres pelos homens e a sobrevaloração da posição dos homens pelas mulheres, conduz um sexo ou o outro a arrogar-se, negligenciando, ou mesmo renunciando a parte do nosso tão suadamente conquistado humanismo. Aqueles que poderiam quebrar este ciclo, são eles mesmos produtos dele, e expressando alguns dos seus defeitos com o seu gesto, podem ser suficientemente fortes para desafiá-lo, mas não para quebrá-lo. Contudo, uma vez identificado e analisado, deve ser possível criar um clima de opinião, no qual outros um pouco menos produto de um passado obscuro, porque iluminados por uma luz na sua mão que pode brilhar para a frente e para trás, podem por sua vez conquistar o próximo passo. (Male and Female, Margaret Mead).





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