sábado, 14 de janeiro de 2012

A Medusa: o Símbolo Perfeito do Feminismo!



Na mitologia grega, a Medusa era um ser terrível que posuía cabelos em forma de serpentes venenosas. Seu olhar transformava em pedra aqueles que a fitavam. Como suas irmãs, Medusa personificava uma perversão: no caso dela, a da pulsão evolutiva, a necessidade de crescer e evoluir, estagnada.

Ela também é símbolo da mulher rejeitada e que, por sua rejeição, é incapaz de amar e de ser amada. A Medusa odeia os homens (na figura do deus que a usou e a abandonou) e também odeia as mulheres (por ter deixado de ser uma delas, uma bela moça transformada em um monstro por uma deusa, que também representa as mulheres). Medusa é a própria amargura, seus filhos não são humanos nem deuses, mas monstros.

Diz o mito que outrora Medusa fora uma belíssima donzela, arrogante por causa de sua grande beleza, principalmente dos seus cabelos, que resolveu disputar o amor de Zeus com a deusa Atena (ou Minerva). Esta, indignada, transformou-a em um monstro com cabelos de serpentes.

Algumas versões contam que a Medusa era uma bela moça de cabelos negros que se apaixonou por um deus (Netuno ou Zeus) e marcou um encontro amoroso com ele em um dos templos de Atena. Essa deusa ficou indignada e transformou os cabelos da jovem em serpentes e fez com que seu olhar transformasse em pedra qualquer pessoa que a visse.

Porém, é importante notar que o que realmente transformou a Medusa em um monstro não foi sua aparência ou poderes, mas sim sua maldade. Depois de amaldiçoada, sua diversão era perseguir humanos e transformá-los em estátuas. E essa maldade já existia antes, não foi Minerva que colocou nela. A própria Medusa escolheu ser e continuar sendo perversa. Ela possuía dentro de si duas substâncias, uma capaz de causar a morte e a outra de proporcionar a vida. A Medusa escolheu usar a substância da morte e terminou morta como um monstro.
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A Medusa poderia ter se arrependido, colocado uma cobertura sobre sua cabeça e utilizado seus poderes para o bem. Então quem sabe a deusa revertesse a maldição ou um herói trouxesse a cura? De qualquer forma, foram o seu orgulho e egoísmo deliberados que a tornoram má, não sua aparência. Ela já era um monstro mesmo quando exteriormente era uma bela mulher.

O mito da Medusa tem várias, versões, mas os pontos principais refletem essas características. Como o rei Midas, ela impossibilitava a aproximação segura. Ele transformava tudo que tocava em ouro, mas ela era ainda mais trágica e solitária: não pode nem sequer trocar um olhar, pois qualquer pessoa que o fizesse era transformada em pedra. A Medusa tira a vida, o movimento, com um simples olhar. Não pode ser vista de frente, não se pode ter ideia de como ela é sem ficar paralisado, morrer.

Medusa é morta por Perseu, que para isso recebeu o auxílio dos deuses. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem da Medusa como um espelho e decapitou-a coma espada de Hermes. Do pescoço decepado da Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon: o gogante Crisaor e o cavalo alado Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu, pois da veia esquerda saía um veneno mortal e da veia direita um remédio capaz de ressuscitar mortos. Assim, a Medusa sempre teve dentro de si o remédio da vida, mas escolheu usar o veneno da morte.
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A Medusa na Psicanálise

Em 1940, a obra "A Cabeça da Meduda" de Sigmund Freud, foi publicada postumamente. Este artigo preparou o terreno para a contrução de um significativo corpo de críticas envolvendo o monstro mitológico.

A Medusa é apresentada como "o supremo talismã, que fornece a imagem da castração - associada na mente da criança à descoberta da sexualidade maternal - e sua negação". A Psicanalista Beth Seelig analisa a punição da Medusa como um desenvolvimento dos próprios conflitos não resolvidos da deusa com seu pai, Zeus.

A Medusa simboliza a corrupção do ego que, ao encontrar diante de si mesmo, não resiste e sucumbe à própria monstruosidade antes oculta pela autoidealização.


A Medusa no Feminismo

No século XX utilizaram o símbolo da Medusa de maneiras não diretamente ligadas à figura mitológica, mas sim em referência às habilidades da Górgona e sua aparência furiosa.

De acordo com Mary Valentis e Anne Devane, no livro "Fúria Feminina: Desbloqueie seus Segredos, Afirmando o Seu Poder" (em inglês): "Quando perguntamos às mulheres que aspecto a ira feminina tinha para elas, era sempre Medusa, o monstro com cabelos de serpente do mito, que vinha à mente... Em todas as entrevistas ouvíamos que a Medusa é 'a mulher mais horrível do mundo'... [embora] nenhuma das mulheres entrevistadas conseguisse se lembrar dos detalhes do mito".

O semblante da Medusa foi assim adotado como um símbolo da ira feminina. Uma das primeiras publicações a expressas esta ideia foi uma edição de 1978 da publicação Women: A Journal of Liberation, cuja capa mostrava a imagem da Górgona, que os editores explicavam que "pode ser um mapa para nos guiar por nossos terrores, pelas profundezas de nossa fúria, até a fonte de nosso poder enquanto mulheres".

Em um artigo de 1986 da revista Women of Power chamado "Antiga Górgona: Uma Face para a Fúria das Mulheres Contemporâneas", Emily Erwin Culpepper escreveu que "a faze da Górgona amazona (sic) é a fúria feminina personificada. A imagem da Górgona/Medusa foi rapidamente adotada por uma grande quantidade de feministas, que a reconhecem como a face única de sua própria fúria"

Fonte principal destes dois tópicos: Wikipédia

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