sábado, 21 de janeiro de 2012

Lições da História de Perseu


Os mitos são narrativas das quais podemos extrair lições. A história de Perseu apresenta insights essenciais.

Primeiro, note que a maior parte das mulheres da história são pessoas dignas (a mãe Danaee, a deusa Minerva ou Atena, a companheira Andrômeda) e que algumas delas de fato são vítimas. Perseu se relaciona bem com essas mulheres, ajudando-as e sendo ajudado por elas. A lição é que, homens e mulheres, nós precisamos uns dos outros.

Assim, promover a valorização do Homem e combater a misandria NÃO significa desvalorizar as mulheres e estimular a misoginia (desprezo pelo gênero feminino). Muito pelo contrário: valorizar o Homem e valorizar a Mulher são dois lados de uma mesma moeda: a valorização do Ser Humano. Precisamos aprender a olhar para as pessoas e a enxergar em primeiro lugar seres humanos merecedores de respeito incondicional, em segundo lugar indivíduos únicos e só em terceiro lugar "homens" e "mulheres" e quaisquer outras diferenciações grupais.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A Medusa: o Símbolo Perfeito do Feminismo!



Na mitologia grega, a Medusa era um ser terrível que posuía cabelos em forma de serpentes venenosas. Seu olhar transformava em pedra aqueles que a fitavam. Como suas irmãs, Medusa personificava uma perversão: no caso dela, a da pulsão evolutiva, a necessidade de crescer e evoluir, estagnada.

Ela também é símbolo da mulher rejeitada e que, por sua rejeição, é incapaz de amar e de ser amada. A Medusa odeia os homens (na figura do deus que a usou e a abandonou) e também odeia as mulheres (por ter deixado de ser uma delas, uma bela moça transformada em um monstro por uma deusa, que também representa as mulheres). Medusa é a própria amargura, seus filhos não são humanos nem deuses, mas monstros.

Diz o mito que outrora Medusa fora uma belíssima donzela, arrogante por causa de sua grande beleza, principalmente dos seus cabelos, que resolveu disputar o amor de Zeus com a deusa Atena (ou Minerva). Esta, indignada, transformou-a em um monstro com cabelos de serpentes.

Algumas versões contam que a Medusa era uma bela moça de cabelos negros que se apaixonou por um deus (Netuno ou Zeus) e marcou um encontro amoroso com ele em um dos templos de Atena. Essa deusa ficou indignada e transformou os cabelos da jovem em serpentes e fez com que seu olhar transformasse em pedra qualquer pessoa que a visse.

Porém, é importante notar que o que realmente transformou a Medusa em um monstro não foi sua aparência ou poderes, mas sim sua maldade. Depois de amaldiçoada, sua diversão era perseguir humanos e transformá-los em estátuas. E essa maldade já existia antes, não foi Minerva que colocou nela. A própria Medusa escolheu ser e continuar sendo perversa. Ela possuía dentro de si duas substâncias, uma capaz de causar a morte e a outra de proporcionar a vida. A Medusa escolheu usar a substância da morte e terminou morta como um monstro.
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A Medusa poderia ter se arrependido, colocado uma cobertura sobre sua cabeça e utilizado seus poderes para o bem. Então quem sabe a deusa revertesse a maldição ou um herói trouxesse a cura? De qualquer forma, foram o seu orgulho e egoísmo deliberados que a tornoram má, não sua aparência. Ela já era um monstro mesmo quando exteriormente era uma bela mulher.

O mito da Medusa tem várias, versões, mas os pontos principais refletem essas características. Como o rei Midas, ela impossibilitava a aproximação segura. Ele transformava tudo que tocava em ouro, mas ela era ainda mais trágica e solitária: não pode nem sequer trocar um olhar, pois qualquer pessoa que o fizesse era transformada em pedra. A Medusa tira a vida, o movimento, com um simples olhar. Não pode ser vista de frente, não se pode ter ideia de como ela é sem ficar paralisado, morrer.

Medusa é morta por Perseu, que para isso recebeu o auxílio dos deuses. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem da Medusa como um espelho e decapitou-a coma espada de Hermes. Do pescoço decepado da Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon: o gogante Crisaor e o cavalo alado Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu, pois da veia esquerda saía um veneno mortal e da veia direita um remédio capaz de ressuscitar mortos. Assim, a Medusa sempre teve dentro de si o remédio da vida, mas escolheu usar o veneno da morte.
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A Medusa na Psicanálise

Em 1940, a obra "A Cabeça da Meduda" de Sigmund Freud, foi publicada postumamente. Este artigo preparou o terreno para a contrução de um significativo corpo de críticas envolvendo o monstro mitológico.

A Medusa é apresentada como "o supremo talismã, que fornece a imagem da castração - associada na mente da criança à descoberta da sexualidade maternal - e sua negação". A Psicanalista Beth Seelig analisa a punição da Medusa como um desenvolvimento dos próprios conflitos não resolvidos da deusa com seu pai, Zeus.

A Medusa simboliza a corrupção do ego que, ao encontrar diante de si mesmo, não resiste e sucumbe à própria monstruosidade antes oculta pela autoidealização.


A Medusa no Feminismo

No século XX utilizaram o símbolo da Medusa de maneiras não diretamente ligadas à figura mitológica, mas sim em referência às habilidades da Górgona e sua aparência furiosa.

De acordo com Mary Valentis e Anne Devane, no livro "Fúria Feminina: Desbloqueie seus Segredos, Afirmando o Seu Poder" (em inglês): "Quando perguntamos às mulheres que aspecto a ira feminina tinha para elas, era sempre Medusa, o monstro com cabelos de serpente do mito, que vinha à mente... Em todas as entrevistas ouvíamos que a Medusa é 'a mulher mais horrível do mundo'... [embora] nenhuma das mulheres entrevistadas conseguisse se lembrar dos detalhes do mito".

O semblante da Medusa foi assim adotado como um símbolo da ira feminina. Uma das primeiras publicações a expressas esta ideia foi uma edição de 1978 da publicação Women: A Journal of Liberation, cuja capa mostrava a imagem da Górgona, que os editores explicavam que "pode ser um mapa para nos guiar por nossos terrores, pelas profundezas de nossa fúria, até a fonte de nosso poder enquanto mulheres".

Em um artigo de 1986 da revista Women of Power chamado "Antiga Górgona: Uma Face para a Fúria das Mulheres Contemporâneas", Emily Erwin Culpepper escreveu que "a faze da Górgona amazona (sic) é a fúria feminina personificada. A imagem da Górgona/Medusa foi rapidamente adotada por uma grande quantidade de feministas, que a reconhecem como a face única de sua própria fúria"

Fonte principal destes dois tópicos: Wikipédia

sábado, 7 de janeiro de 2012

A História de Perseu: Protótipo do Masculinismo


Perseu era filho de uma mortal, Danae, e do grande deus Zeus, rei do Olimpo. O pai de Danae, o rei Acrísio, havia sido informado por um oráculo de que um dia seria morto por seu neto e, aterrorizado, aprisionou a filha e afastou todos os seus pretendentes. Mas Zeus era deus e desejava Danae: entrou na prisão disfarçado em chuva de ouro, e o resultado dessa união foi Perseu. Ao descobrir que, apesar de suas precauções, tinha um neto, Acrísio fechou Danae e o bebê numa arca de madeira e os lançou ao mar, na esperança de que se afogassem.

Mas Zeus enviou ventos favoráveis, que sopraram mãe e filho pelo mar e os levaram suavemente à costa. A arca parou numa ilha, onde foi encontrada por um pescador. O rei que comandava a ilha recolheu Danae e Perseu e lhes deu abrigo. Perseu cresceu forte e corajoso e, quando sua mãe se afligiu com as indesejadas investidas amorosas do rei, o jovem aceitou o desafio que este lhe fez: o de lhe levar a cabeça da Medusa, uma das Górgonas. Perseu aceitou essa missão perigosa não porque ambicionasse alguma glória pessoal, mas porque amava a mãe e estava disposto a arriscar a vida para protegê-la.

A Górgona Medusa era tão hedionda que quem olhasse seu rosto transformava-se em pedra. Perseu precisaria da ajuda dos deuses para vencê-la, e Zeus, seu pai, certificou-se de que essa assistência lhe fosse oferecida: Hades, o rei do mundo subterrâneo, emprestou-lhe um capacete que tornava invisível quem o usasse; Hermes, o Mensageiro Divino, deu-lhe sandálias aladas; e Atena lhe deu uma espada e um escudo. Perseu pôde fitar o reflexo da Medusa e, assim, decepou-lhe a cabeça, sem olhar diretamente para seu rosto medonho.

Com a cabeça monstruosa seguramente escondida num saco, o herói voltou para casa. Na viagem, avistou uma bela donzela acorrentada a um rochedo à beira-mar, à espera da morte pelas mãos de um assustador monstro marinho. Perseu soube que ela se chamava Andrômeda e estava sendo sacrificada ao monstro porque sua mãe havia ofendido os deuses. Comovido por sua aflição e sua beleza, o herói apaixonou-se por ela e a libertou, transformando o monstro marinho em pedra com a cabeça da Medusa. Em seguida, levou Andrômeda para conhecer sua mãe, que, na ausência dele, tinha sido tão atormentada pelas investidas do rei depravado que, desesperada, tinha ido se refugiar no templo de Atena.

Mais uma vez, Perseu ergueu bem alto a cabeça da Medusa e transformou em pedra os inimigos da mãe. Depois, entregou a cabeça a Atena, que a incrustou em seu escudo, onde ela se tornou o emblema da deusa para sempre. Perseu também devolveu os outros presentes aos deuses que os haviam oferecido. Daí em diante, ele e Andrômeda viveram em paz e harmonia e tiveram muitos filhos. Sua única tristeza foi que, um dia, ao participar dos jogos atléticos, ele arremessou um disco que foi levado a uma distância excepcional por uma rajada de vento. O disco atingiu e matou acidentalmente um velho. Tratava-se de Acrísio, o avô de Perseu, e com isso, finalmente, cumpriu-se oráculo do qual um dia o velho tentara se livrar.

Mas Perseu não tinha um espírito rancoroso ou vingativo e, por causa dessa morte acidental, não quis governar o reino que era seu por direito. Em vez disso, trocou de reino com seu vizinho, o rei de Argos, e construiu para si uma poderosa cidade, Mecenas, onde viveu uma longa vida com sua família, com amor e honradez.